Dona Maria

Acorda Maria tristonha, Cheia de manha, Levanta dessa cama! Olha pro sol, Sem nada a dizer Esnoba os homens, Bota as borboletas para correr. Como uma mulher feroz Ela vive triste. Pelos pesos do marido. Mas ainda tenta ser firme. Foi uma rosa, No entanto de sua aurora, Era belíssima, Cheia de carisma. Cantava aos jovens muitas serenatas, Do que hoje em dia. Agora tudo a incomoda. Nem mesmo ela lhe a conforta. Destruiu todos os espelhos de sua casa, Virou os lençóis ao avesso e pós na estrada. Baniu todos que amava, Fez de seus filhos escravos. Com grande pulso firme, Por dentro ela ainda chora. Diz não ser sua culpa, Poe toda a dor no mundo, Grita para o vácuo, E ele a bate com mais silêncio. Maria, Dona Maria! Vista duas vezes Não parece tão mulher, Chora por que quer. Maria , Dona Maria! Escutou alguém chamar? Na calada da noite Ouviu o sino tocar. A morte veio lhe busca, E cobriu seu corpo com lenços brancos, Foi nesse momento que percebeu, Que a vida é uma amara, Que o tempo não para. A espera não padece, Nem se quer permanece. E agora de cabeça erguida Está Dona Maria. Canta para os pássaros, Que em seu novo reino habita.

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