Anonimato

É difícil se ter respostas quando ainda não se sabe direito as perguntas a se fazer. É como andar em corda bamba em um chão firme. Coisas que não fazem sentido, mas tem toda uma noção de precipício em meio o risco de cair e não sobreviver. Duvidas incoerentes que não chegam a lugar nenhum e não levam a nada. Uma imensa escuridão em meio tanta claridade. Vejo muitas pessoas passarem em minha vida sem significarem muito para si próprios, mas sendo de extrema importância para minha construção. Não entendo porque não nos damos nossos valores reais, porque não assumirmos os defeitos como perfeição? Os limites impõe pausas em momentos de correria, e essa correria causa gritos profundos de dentro da alma. É como se você quisesse falar sem ter voz, quisesse pular sem ter pernas, ou quisesse viver sem nem ter sido gerado ainda. E um medo absurdo de apanhar mais uma vez, de não querer que seu coração se parta mais, de não querer correr para evitar lesões. Nos subestimamos de mais, criamos ideias de coisas que vão ser e não são, vivemos sonhando acordado, fazendo poesia e as vezes se deixando ser humilhado. Mas é a rotina humana, ser e se deixar ser. Aceitar as oposições por mais que duras e inexatas. Conviver com os outros não é problema, o problema é conviver com nós mesmos no meio disso tudo, tantas ideias querendo mudar aquilo que você é, que nem se sabe mais o que se ser e nem o que querer ser. A questão de quanto valer nem se chega mais a ter sentido, nem mesmo o que se sente não tem coerência. Parece que as coisas perderam o gosto e você continua insistido que elas tem o mesmo fetiche de antes, mesmo não tendo. E nesse pontos os sentimentos se confundem, a raiva, o amor, o pensamento, a ação. A coerência se estabelece em fios de eletricidade esperando centímetros para entrar em contato com a água e causar em uma morte. E o pior é que essa morte seria sua, não seria dos seus medos, não seria dos temores, não seria da carne por sim, mas de você, mesmo se sentindo perdida já em tantas vindas e idas o medo de continuar assim é grande. Acordar pode ser um impacto grande quando se vê a altura, a caída pode ser pequena quando o precipício é maior que o chão. Precisamos de motivos pra se levantar? Ou precisamos criar motivos para só não cair mais ainda? E se não houver mais motivos? Eu digo que alimentamos o que queremos, e geralmente queremos muito, mas dificilmente vemos o obstáculo menor do que ele é. Então se aproxime dos problemas, arrisque o sacrifício para não acabar estagnada. E se pular for a sua vontade, que pule para cima antes de pensar no que vem a baixo.

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