Paixão
Olhos vendados para o que não se quer ver, lábios tapados para o beijo que não quer se corromper. Tudo escuro para onde se quer ir, e tudo muito claro sobre onde se quer chegar. Beijos e furtos, roubados de bocas, comprado em lojas. Olhos perceptíveis a tudo, frágeis a dores, sensíveis a luz. Corpo doente, amante, inocente, totalmente exaltante. Corpo quente em pele fria, em tons de pele, em cores claras, contrastes de desenho, de forma, de tudo que se cria e diz crente. Frágil ao corte do vidro, frágil a palavras doces ou de dura pressão. Firme a murros de facas, a pancadas de força, a beijos de praça, a praças sem rua, sem asfalto e sem beira. Tapado e condenado, amado, deixado de lado. Criado e criador. Um fogo sem chamas, calor sem ondas, frio sem vento, roupa sem corpo, nu sem pele, boca sem dentes, lábios sem carne, olhos sem visão, coração de dois em um só, reação á ação, pensamento a mil em um silêncio de troca, um dia sem nada, uma noite falada. Um sonho sem sono, uma assa sem pena, uma cama se mola, um colo sem palavra, uma palavra sem cheiro, um cheiro sem riso, um riso sem medo, um medo de ir, um ir sem voltar. Uma lágrima, um sorriso, um pensamento longe e tão perto. O tudo em tão pouco tempo, o nada em tão longo espaço. Este que deixa demente, agente sem reação. Culpado sem ter crime, bandido sem ser ladrão.
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