Parabola
Na tua face vejo doce classe, que busca na pintura esculpir a arte. Vejo aos lábios, tamanho dorso de ranger dos dentes, o brincar com teus lábios, arrancar-lhes pedaços e dar etralos estridentes. Romper a carne, mover-lhe aos dentes, tirar a roupa, coloca-la a redoma. Criar um vinculo, deixar do vício. Na tua face eu vejo perfeição, um opio para minha visão. É a caçada ao vento bruto, que rompe barreiras em tempo de escala. É o vento sereno de sono que grita sem dono aos ouvidos de quem passa. É a posse tão serena das flores, que remetem sabores dos lábios que o faz. São teus olhos que brilham a lua o confundem de nua, entre gramas florais. Trancada entre línguas,salivas falidas, das quais não queres falar. Rompida por desejos, sonhos de momentos, de heranças da quais vais herdar. A mente perturbada, sempre calada. Rejeita sujeito de farda. Sempre tão sem jeito, sempre são sonolento. Causa arrepio a repulsa da memória incessante, causas calor ao coração desabrochante, plantas sementes de desejos horrendos. Amores perfeitos que como nos contos com um feitiço são desfeitos. O castelo que desmorona, o cansaço que não abandona,é o tempo que passa, a pele que amassa, a roupa que não se tira e a vida que sempre gira. As flores vão desabrochar em tua primavera, vão pingar-me o veneno do doce, do amor que se venera. A tua face não vai iludir-me a tais encantos do prazer. Irei para as montanhas, ver de longe, para seguir o vento em sua lei. Seguir o rumo natural e sereno, deixar-se entender, sem se ofender com os acontecimentos. Ser um só em partes separadas, vivenciar as tuas flores, ao teu lado, nos lábios ser beijada. E assim enamorado, pérfido dia apagado que ao teus raios de sol fazem florir o céu, e clarias a noite, passando sem dores um dia de amores ternos.
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