Sempre será apenas um sonho
E aqui estou novamente, em frente ao monte, prestes a ser engolida por uma escuridão sem volta e ao mesmo tempo abraçada por uma imensa claridade de sentimentos. Como se toda minha experiência passada fosse jogada na minha cara, e eu a cuspisse antes de rebata-la ao chão. E novamente estou aqui, despedaçada, prestes a se quebrar com um simples toque de amor e compaixão, e assim romper-se a um sopro do vento. Inútil! Pela mesma tolice de sempre, de acreditar que castelos são feito de pedras, como de histórias encantadas ao invés de seus frágeis cristais, colocados a cômoda de um quarto. Em acreditar que todos os tipos de pessoas amam da mesma forma que você, sendo que na verdade, nem mesmo você sabe se um dia realmente amou á alguém da mesma forma que quer que elas á ame.
É o recordar dos tempos que parecem não ter significado nada, mas que na sua pureza, fez toda a diferença para você estar onde está hoje. E que agora, depois de tudo, estando onde estás, ainda cais em tentação e se deixa iludir, ser envolvida e engolida pelo vento e sua areia movediça, escorregando do todo do monte, e caindo em queda-livre, sem acreditar que um dia voltaria a ver o chão. Mas ele existe, a realidade sempre existe. E você parece suficientemente forte para suportar uma dor, de queda, de mesma altura, de montes diferentes, no mesmo ciclo vicioso. Em que, mesmo havendo mudanças você danosamente despercebido acredita que as coisas serão diferente do que foi igual, e cria a ilusão na mesma ideia, de o que é felicidade.
E aí está! Será que o problema é a forma como se busca a sonhada felicidade? Ou somente o fato de insistentemente procurá-la em cada atitude que se reflete em nós mesmos? Será que estamos tão errados assim em acreditar em uma verdade ferozmente a ponto de torná-la sustentável sobre sí, dentro de meu ego.
Será que esse monte que estou prestes a subir, não é simples? E eu é que o vejo erroneamente, para culpar minha desilusões. Será que a queda não foi somente minha? Acredito, que o monte possa ser somente um oásis, como um dilúvio de uma noite escura e solitária, ou a ilusão de uma mente insana a vagar pelo deserto, morrendo de cede, a beber em um lago que não existe, para dar respostas a um dor que ele propriamente cria.
Será que tudo tem respostas? Soluções para esses desatinos da vida! De sofrer por amar, e amar forçadamente a loucura dos outros, para se sentir amado. E buscar assim, da forma certa ou errada, da sua forma, o tesouro que se guarda após a morte, a felicidade eterna, que aqui muitos ousam dizer que nunca haverá.
Estou aqui novamente, questionando-me do porque! Essa dor no peito que me faz faltar o ar, por amar de mais essa vida confusa, divina. E aquele castelo, feito de vidro, que lhe reflete nada mais que a verdade junto a ilusão, a beira de sua cama, onde você sonha todas as noite. A ideia e a conclusão, ao se ver o sol nascer por entre as cortinas, e leva-lo a mais um dia de pecados. Ao futuro incerto, e a certeza de um retorno ao mesmo ponto de partida.
É como se nada fosse mudar o que sinto. Nem mesmo se o monte sumisse da minha frente, ou fosse uma miragem. A dor permaneceria, e criaria outras formas impensáveis, junto ao medo de errar, e cair. Como se o tão sonhado amor nunca chegasse em seu cavalo branco, e que eu me quebrasse junto aos castelos que desenhei na areia, tornando monstruosamente real, a tantos anos atrás.
Eu sei, é a falta de paciência que consome o homem, e não o seu excesso de amor. Mas eu só queria saber amar menos, não deixar de amar, para quando chegasse ao chão sentido os ossos quebrarem, pelo menos o coração sentisse maciamente bem, mais duro e frio.
Nem todos entendem que amar é mais que um verbo a se julgar em tempos diferentes. Mas sim se entregar a tudo e ser parte de um só. Esse só que não existe em quanto usamos mascaras e nos cobrimos com o ego que nem mede seu tamanho, por usar tudo que há de espaço, entre eu, você e o resto do mundo. É como se os castelos nunca fossem reais, que histórias fossem coisas inventas e não sentidas ao peito, coisas tolas feitas para iludirem crianças.
Como esse monte, que estou ainda a olhar, sem nem ao menos dar um passo a frente. Com medo de voltar dois para traz, e retornar ao ciclo maldito. A bandida calma que me rouba tempo, e não a aprendo. É como se a vida me alimentasse, eu tivesse cede dela, como um leão feroz corresse em sua busca, a dilacerar, atropelando como um selvagem os meus pensamentos, e deixando a emoção tomar conta de tudo, movendo os montes para o sentido errado e me fazendo pó de tudo que fui e sou. Me deixando aqui, neste mesmo ponto, novamente.
Talvez ainda não encontrei alguém que mereça meu amor, porque por mais que eu queira pertencer a este sonho, e dividir com alguém esse monte, não há quem possa suportar o meu peso, minha alma, ou ouvi-la nem que gritasse de perto. Talvez, a tal felicidade não deva ser encontrada, não agora, como um tesouro da vida, que guarda vários mistérios, que deve ficar guardado assim, sem revelar-se ao mundo, por ser tão valioso, como o amor de alguém, ou sua essência pura por de traz de toda sua pele e de todo o seu ego.
Eu sei, que mesmo pensando em variadas formas de como não cair, a queda será inevitável. E que em algum momento voltarei a escrever sobre essas ilusões de dor, que parece nunca passar, para compartilhar ao que amam, aos que buscam a verdade em cada sentimento, e se perguntam sobre a lei da vida, chegando ao mesmo ponto de que ela nunca terá respostas fixas, porque depois de um tempo, as perguntas mudam, e você muda junto, a buscar por novas descobertas. O tal ciclo maldito e perfeito!
É inútil adiar mais a longa jornada que tenho, ao levantar da manha junto ao sol, correndo se possível em direção a luz, a plenitude de Deus, a se tornar um estrela, perto de tantas outras, únicas e perfeitas. Preciso continuar persistindo, achando um motivo para vida, e criando outros, para que minha mente nunca morra.
Não é fácil falar de amor, quando não sei se vê-lo pelos outros dos outros. Mas sei que eu o sinto, e acredito que outros o devem sentir. E assim continuar a seguir por algum caminho nessa vida, seja em estradas, montes, seja de automóvel ou a pé. Sempre usando sua maior arma,que é a sabedoria,para crescer a cada dia. Abrir a mente a novas escolhas e oportunidades, seguindo em frente, sempre em frente, mesmo sentido o peso que vem nas contas, e o vento que se curva a luz a sua frente, sempre firme, como um passo de cada vez, sempre em frente. Com pés firmes ao chão e uma mente sempre ao vento, um pouco de razão e emoção. Um tanto quanto humano e animal. Perfeito aos olhos de Deus. Sempre vivo, em cada toque palavra e atitude. Sempre verdadeiro, sempre inseguro e certo. Sempre....
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