Deixemos que nos partam em mil, para mais mil multiplicar

Como deixamos chegar a essa situação? De não saber o que fazer e se sentir como se não houve nada que pudesse recuperar seu folego e te dar um chão. Como se a Verdade fosse uma parede inquebrável e agora a sua frete está derretendo como picolé em dia de sol. Irônico como muitos criam suas próprias dores e tudo isso por esperança, uma coisa chamada de espera. Aquela maldita expectativa de que alguma pessoa seja boa, de algum momento pelo qual valha a pena, que os erros tenham justificativas, que a decepção não aconteça, que tudo aquilo que não se esperava colher de uma plantação esta ali destruído, morto. Me questiono sempre o porque de acreditarmos tanto nas pessoas, mesmo tendo já a ideia de que algumas podem nos decepcionar e outras que quase temos certeza, só falta acontecer. Mas mesmo assim estamos ali não conseguindo acreditar. Quando doamos tudo o que temos, fazemos do nosso tempo para tratar-lhes bem e para no final não ter nem meio dessa atenção, apenas desprezo e desconsideração. Depois de tanto apanhar da vida, dizem que se começa a bater. Essa frase faz sentido porque vejo em mim uma certa consciência que não tinha antes, uma ingenuidade que não grita mais com tanta verdade dentro de mim, e um lado que calcula, que pensa e que não faz as coisas esperando em troca. Mas a questão é que aceitei o mundo para mim desta maneira que ele é, e assim dentre muitos valorizo os poucos, dedico tudo que tenho a todos, seja moral, físico e psíquico. Mas antes dedico a Deus, e dedico a mim mesmo. Sempre escutei o coração e depois agia pela razão, as vezes sofria mas me sentia limpa por dentro. E com a vida aprendemos a ter razão e depois ter coração, e juro que tentei fazer isso, mas não funciono assim, não consigo ver o sofrimento e não altera-los, tornar ele alegria, felicidade e esperança. Sei que terei muitas mais desilusões, a ideia é ver a melhora e a evolução, e isso que busco. Pois por mais que digam que os fins justificam os meios, eu creio que são os meios que os levam aos fins, e sei que em algum momento irei plantar, irei proteger, regar e um dia florescer e frutificar. E não será uma ou duas vezes, será todo dia de manha, será em toda conversa, será em toda a atitude. Será na minha vida e naqueles que posso tocar-lhe o coração. Então gritem comigo para que sejam quebrada todas as paredes, que a decepção venha cedo, que a verdade nos console e que o mal se afaste. Que sejamos gratos por ter nossas certezas e mesmo com tudo nos mantermos firmes, puros e cheios de fé. Só nos deixamos chegar nessa situação de sem chão e sem folego, porque mergulhamos nos mares mais fundos e nas lutas mais árduas e melhor não precisamos publicar aso quatro ventos, pois cada vez que faço isso reflete três vezes mais que simples palavras. Que se deixemos cair para levantar, que se permitamos a amar para poder sentir, que se arrisquemos a dar o primeiro passo para ver as coisas acontecerem, se permitam simplesmente acreditar não apenas no que há de se ver, mas o que há de ser e assim será. Pois o mundo está em constante transformação e até mesmo a verdade um dia nova verdade há de ser, e assim futuro um novo mundo se será.